5- Benrose



Considerada clássica por muitos, e bizarra por outros, a série de TV "Batman" da década de 60, com os atores Adam West (Batman) e Burt Ward (Robin), foi intencionalmente voltada para o humor "camp", muitas vezes mal interpretada, da mesma forma que popularizou o herói mundialmente, também o tornou motivo de freqüentes piadas. Embora nos anos 70, séries de histórias em quadrinhos magistralmente produzidas pela dupla Danny O’Neal e Neal Adams, tenham resgatado a imagem séria do herói soturno e atormentado, consolidada ainda mais nos anos 80 com o Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, os fãs do Homem-Morcego ainda sonhavam com uma adaptação digna do herói nos cinemas, realmente "séria" e "fiel" às origens do personagem nos quadrinhos.

Em 1989 chegava aos cinemas de todo mundo o filme "Batman", estrelado por Michael Keaton (Batman) e Jack Nicholson (Coringa) sob a direção do polêmico diretor Tim Burton, e graças a expectativa dos fãs do herói em todo o mundo, que esperavam há duas décadas para ver a tão sonhada versão do herói nas telas de cinema, e principalmente à uma milionária campanha de marketing promovida pela Warner, o filme na época de seu lançamento foi uma das maiores bilheterias da história do cinema.

Em alguns aspectos, foi decepcionante para muitos fãs; Michael Keaton era um ator consagrado em comédias e não tinha o porte físico condizente ao herói, o visual marcante nos quadrinhos do uniforme de malha cinza e azul foi substituído por uma armadura negra de couro e borracha com pouquíssima mobilidade, entre outros fatores...Porém, alguns aspectos positivos também ajudaram a tornar esse filme marcante para o personagem; Nicholson, embora um pouco acima do peso para maior similaridade com o vilão nos quadrinhos, interpretou o Coringa de forma satisfatória para muitos, com o característico humor negro e sádico do vilão nas Hqs, o “Batmóvel” construído sobre o chassi de um Chevrolet Impala 1974 tornou-se a segunda versão mais popular do carro (depois da irretocável versão customizada do "Lincoln Futura" de George Barris da série dos anos 60), a trilha sonora de abertura criada por Danny Elfman e executada pela “The Sinfonia of London” regida por Shirley Walker tornou-se um clássico moderno, principalmente na desafiante e furiosa marcha "The Batman Theme", trilha posteriormente usada na série "Batman Animated Series" de Bruce Timm e Paul Dini.

Mas certamente a maior contribuição do filme Batman de 1989 para o Homem-Morcego, foi à maciça campanha de marketing promovida. No Brasil era raro andar 100 metros sem se deparar com o símbolo do morcego dentro do oval amarelo estampado em cartazes, outdoors e adesivos espalhados por todos os lados! Todos os tipos de produtos com o símbolo e a imagem do herói eram produzidos, roupas, brinquedos, materiais escolares, álbuns de figurinhas, produtos alimentícios, entre muitos outros que traziam a marca “Batman”, e que popularizaram o herói ainda mais, gerando posteriormente nos cinemas outras continuações (algumas desastrosas), porém, levando o mesmo até a produção de “Batman Begins” em 2003, essa sim considerada a tão esperada adaptação digna do herói para a sétima arte!

Como exemplos do Brasil nessa época, temos dezenas de itens promocionais, copos plásticos lançados pela Pepsi, uma figura montada em cima do Batman da coleção “Super Powers” da Estrela, entre muitos outros...

Abaixo como curiosidade, um “Estojo Escolar” (item nas mãos de 4 entre 5 estudantes da época) produzido pela “Benrose Ind Com Ltda”, que além do mesmo, produziu diversos itens como “Caixas Plásticas”, “Lancheiras plásticas com garrafa térmica”, etc, todos com a marca “Batman”:




Por Yudi Deguchi e Eder Pegoraro